segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Histórico Do Clube

RESUMO HISTÓRICO DO CLUBE

Em 1962 destacavam-se, na área do Zangado e Marçal, duas equipas de futebol, nomeadamente o Académica do Zangado e o Bangú Futebol Clube, em que despontavam craques como Joel, Firmino Dias, Antoninho da Costa, Lourenço Bento, Joaquim Dinis (Nito), Moura (Muambule), Quim Machado, Taytó, Agostinho (Girafa), Cojada, João Neto (Guarda Redes), depois André do Puerton, Paulo Kuerra (Veneno), Paizinho, Barrigudo, Novato, Ferreira Pinto, Eugénio Dias (Génito), Carlos Dias (Lilicato), Adonai (Mão Curta), Madaleno dos Santos, João Rufino (Dodó), Ventura Alves Júnior (Titular), Romualdo Noé (Manscribola), Joaquim Arsénio Dinis (Quim Dinis), Luis C. Mendes (Ninito), João Moniz (Mónica), só para citar alguns.
O Académica do Zangado foi um dos grandes impulsionadores deste actual Clube – ESCOLA DO ZANGADO, tendo à sua frente Tonecas Figueira, irmão mais velho de Nené Figueira que, também fazia o seu gosto ao pé e verdade se diga o clube Académica do Zangado deu muitas alegrias aos sábados à tarde, dia preferencialmente escolhido para a realização das suas peladas no quintalão (Campo dos Correios).
Entre o Bairro Zangado propriamente dito e o Norte do Marçal havia uma linha divisória fictícia, conhecida como Estrada da Brigada ainda hoje existente com o mesmo nome, que não passava exactamente disso, pois a fusão entre a juventude desta zona era tão grande e natural que este marco geográfico não dividia de facto, pelo contrário, era aí nesta mesma rua que mais tarde, num determinado ponto de concentração denominou-se Mutamba (Defronte à casa e mais tarde a loja do Sr. Eduardo Vasconcelos “Eduardo Sem Manga” pai do Zeca Vasconcelos, e do grandioso craque do futebol que era seu irmão António “ Antoninho Vasconcelos” do Clube Atlético de Luanda.
Fundação
Por conseguinte, a fusão destes dois clubes Académica do Zangado e Bangú F. C. só serviu para reforçar a nossa unidade e proporcionar-nos um clube forte, coeso e recheado de valores (habilidosos natos) que é hoje o Académica Social Escola, vulgarmente conhecido por ESCOLA DO ZANGADO, fundado no longínquo dia 03 de Fevereiro de 1963 por um punhado de mais velhos então ex-praticantes e apaixonados pelo desporto e de jovens jogadores de futebol atrás citados, filiados em clubes da “baixa” e do “musseque” luandenses na época.
O punhado de entusiastas depressa arregaçou as mangas, juntou vontades, fundou o clube com a denominação social, arregimentou jovens praticantes, providenciou equipamentos e deu o pontapé de saída com a realização do seu primeiro jogo de futebol contra o Oriental de Andúri (na ocasião campeão do torneio de promoção), em Abril de 1963 e cujo resultado foi de 4 a 1 a nosso favor, tendo “à mão de semear” e disponível para jogos, o campo de futebol dos CTT (vulgo campo dos correios), perfeitamente enquadrados no contexto temporal e espacial já que no bairro do Marçal pontificava o Benfica do Marçal, no Bairro do Sambizanga o Académica do Ambrizete, no Bairro do Cemitério Novo o Atlético de Icolo e Bengo, etc., etc.
Sem recursos mas sempre contando com a nossa grande vontade, gosto, carolice e ajuda dos nossos kotas entre os quais referimos Inácio Sobrinho Júnior, Menezes Silvestre, José Lima (Capio Pio), Eduardo Baptista, Mangumbala, Matateu, Maneco Biguá, José Mulato, Bela Guttman, Tia Constância Marcolino (Tataxa), Tia Maria Piloto, Mateus Pelé de entre outros.
Destaque para o sr. Maneco V. Dias (pai do Job e Chibito) e sua esposa, o sr. Hilário e sua esposa, etc. que na 1ª fase ou fase inicial em que todos nós, inclusive jogadores, pagávamos quotas de 5 escudos, ajudaram-nos quer moral como materialmente.
De realçar a grande e relevante ajuda que nos proporcionou a Tia Maria Piloto (sendo sempre a primeira no grupo da claque), cedendo-nos o seu quintal para a realização das nossas farras de contribuição e/ou entradas pagas com as discotecas do Rui e Irmão (Necas) umas vezes e outras do Nazareth e Irmão (Chico), onde angariávamos fundos para adquirir material e equipamento a par de outros que os próprios jogadores, alguns federados em juniores de algumas equipas do asfalto conseguiam.
O Primeiro Presidente do Escola eleito ou escolhido foi Luís Carlos Dias (Lilicato).
O nosso aguerrido e indiscutível Catarino Braz, que viria a ser o segundo Presidente e bom continuador desta tarefa, não fazia parte ainda de nenhum dos dois clubes ou melhor, do grupo inicial, pois, na sua área próxima ao Suba, existia um clube Lusitano onde participava e jogava com José Eduardo (Dida), Vasco e outros.
Não tardou o ESCOLA DO ZANGADO atingir o auge e tornar-se nas décadas de sessenta e setenta, numa indiscutível e inigualável símbolo de arte de bem jogar futebol, de arrastador de multidões, de mais velhos, jovens, e de crianças de ambos os sexos, constituindo em claques barulhentas, mas ordeiras, que ocupavam áreas estratégicas dos campos de futebol do musseque e dos coqueiros para aclamar as jogadas magistrais e sempre inovadora de alguns atletas que se tornaram verdadeiros craques e constituem, por isso, marcas inapagáveis da época, tais como: Lourenço Bento (o homem do Adiô), Artur da Cunha (o maestro armador de jogos), Joaquim Diniz (o brinca na areia), Firmino Dias (o pé canhão), Quim Machado, Ferreira Pinto, de entre outros.
O resto foi somar e seguir. A aderência tornou-se incomensurável (todo o mundo queria ser do ESCOLA DO ZANGADO).
Recebemos António de Oliveira (Parte os Cornos), Manuelito Baptista Félix, Artur da Cunha, como grandes referências saídas do Marçal propriamente dito e que vincaram bem as suas passagens por esse nosso grande clube.
Cumpre-nos realçar aqui e com grande destaque os outros Kotas, que vieram logo a seguir como: Tio Costa, Ferreira (Alfaiate), Basílio “Sapateiro” (Basibiela), Sr. Figueiredo (Carambilhas), Sr. Almeida (Ajudante de Notário), Sr. Eduardo Sem Mangas, José de Lemos (Zeca Matateu), Roldão Ferreira, Benjamim Araújo, etc. etc. etc., para não citar os que por diversos motivos se ausentaram mas que, enquanto presentes, sempre connosco conviveram e consideramos por conseguinte, nossos adeptos e apoiantes naturais como Zé Miguel, Tomé, Mário Santiago, Brito Sozinho, Van-Dúnem, Zé Eduardo, enfim, Kotas de que nos orgulhamos em mencionar aqui.
O historial deste grande Clube é rico, e chegou a ser nos anos 60 e 70 a referência desportiva dos chamados musseques de Luanda, pois só estaria habilitada a participar dos torneios promovidos pelas grandes empresas da época.
Nº de Torneios em que participou
Participação em 11 (onze) torneios:
·       1967 – Torneio da Taça Nocal
·       1968/69 – 1ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1969/70 – 2ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1970/71 – 3ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1971/72 – 4ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1972/73 – 5ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1977 – Torneio Quadrangular em Malanje
·       0977 – Torneio Quadrangular no Huambo
·       1978 – Torneio Quadrangular em Cabinda
·       1978 – Torneio Quadrangular no Uíge
·       1978 – Torneio da Agricultura  em Luanda
Quantos venceu
4 (quatro)
·       1967 Taça Nocal
·       1968/69 – 1ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1972/73 – 5ª Edição do Torneio Popular Cuca
·       1978 – Torneio Quadrangular no Uíge
Em quantos foi a final
·       Em 2 ( dois)
·       1977 – No Huambo e Malanje
Há a destacar que na 1ª edição do Torneio Cuca em 1968/69 o ESCOLA DO ZANGADO, arrebatou todos os troféus, nomeadamente: o do 1º lugar, o de melhor marcador (Bola de prata) com 13 golos que coube a Firmino Inácio Dias e do jogador mais popular que coube a José Araújo, ainda jovem de 18 anos.
Por fim e para nosso grande orgulho, devemos dizer que o melhor jogador angolano de futebol de todos os tempos (assim considerado), que é Joaquim António Dinis (Nito), o popularmente conhecido “Brinca na Areia” que dispensa qualquer apresentação, passeou classe e prestigiou-nos na Europa e no mundo, saiu do ESCOLA DO ZANGADO, passou pelo ASA, e rumou á Portugal, tendo militado respectivamente no Sporting de Portugal, Futebol Clube do Porto e União de Leiria.
Como todos os clubes amadores, é em função dos apoios que se conseguem e das pessoas disponíveis para os dirigir, que se constroem épocas de glórias e épocas menos brilhantes e às vezes difíceis, em que só a “carolice” e perseverança de alguns permitem manter de pé.
Numa dessas fases menos boa para o nosso país, para o desporto em geral e o futebol em particular que o clube se vê desagregado dos seus mais fervorosos sócios e adeptos e praticantes, estando na base desse acontecimento a mobilização militar, o fraco apoio financeiro gerando assim a desmotivação e a desmobilização.
O Ressurgimento
A ideia do renascimento surge quando um grupo de jovens praticantes e ex-praticantes de futebol questionaram-se da razão da não existência do clube que outrora tinha um grande peso. Paralelamente a isto, assistiam-se algumas manifestações de saudade e de se reviverem as manifestações desportivas que caracterizam os fãs e aficcionados do lendário ESCOLA DO ZANGADO, ávidos e clamando por acções tendentes aos seu ressurgimento. Perante tal pressão, algumas pessoas sensíveis e que se identificam com esta agremiação desportiva, decidiram conversar, a título exploratório, o que poderia ser feito e que sinergias poderiam ser encontradas e aproveitadas para que o reaparecimento do clube fosse um facto na arena desportiva nacional.
É na expectativa de renascer o clube do longo período de interregno, reaparecendo com roupagem social, organizativa e desportivas adequadas e catapulta-lo para outros estádios do seu desenvolvimento que encetamos esforços desmedidos, sendo o principal        
É assim que no dia 4 de Fevereiro de 2009 um grupo restrito de velhas glórias, ex-praticantes do Clube, fãs e convidados, após uma partida de velhas guardas do ESCOLA DO ZANGADO e outra do Bairro Rangel, juntou-se num encontro de confraternização para decidir o ressurgimento da agremiação, no qual foi eleita uma Comissão Instaladora que de imediato começou a funcionar como segue:
·       Março de 2009, primeiro encontro da Comissão Instaladora, no qual ficou vincada a necessidade do empenho da mesma para que os objectivos preconizados fossem atingidos no mais curto espaço de tempo;

·       Abril de 2009, início do ciclo de reuniões da Comissão Instaladora;

·       Agosto de 2009, realização de um jantar – Conferência com os Jornalistas e alguns convidados tendo como finalidade aproximar alguns desses profissionais que se identificassem com o projecto do ressurgimento;

·       Em 31 de Outubro de 2009, teve lugar no Ginásio da Escola N’gola M’Bandi a Pré-Assembleia tendo-se registado a presença de cerca de 180 delegados, onde foram apresentados os “drafts” dos Estatutos e Regulamento Geral, respectivamente;

·       No dia 12 de Dezembro de 2009 realizou-se a Assembleia Constituinte e eleição dos órgãos sociais, onde pela primeira vez foram aprovados os Estatutos e Regulamento do Clube na qual participaram cerca de 300 delegados;
Assim o Clube renasceu para um novo e ambicioso projecto, à altura do seu passado, do seu prestígio e da vontade do seu actual presidente de direcção em ver no ESCOLA DO ZANGADO”, um projecto desportivo à altura da imagem e capacidade do seu elenco directivo, defendendo valores de ética desportiva e permitindo, a pouco e pouco, com a criação das categorias de iniciados, juvenis e juniores em futebol que mais tarde garantirão a estabilidade dos seniores, criar uma equipa suficientemente forte e competitiva para nos próximos anos poder disputar os primeiros lugares da 2ª divisão nacional, como primeiro e principal objectivo.
·       Inauguração em 2012 da Sede Provisória, um pequeno apartamento alugado, situada na Avenida Hoji Ya Henda, Ex-Avenida Brasil, nº 57, Rés-do-chão, Apartº D;
Estamos também apostados em desenvolver outras modalidades, assim como: xadrez, ténis de mesa, etc.,etc., como desporto de massas, por formas a trazer às actividades e convívios do desporto as mais variadas idades, tendo em conta que o desporto é e deve ser o elo de ligação entre amigos e famílias, servindo de base à grande escola da vida em termos de civismo, disciplina, fair Play, crescimento pessoal, capacidade de sofrimento e de luta pelos seus objectivos.
O Académica Social Escola, ESCOLA DO ZANGADO está aberto a todos quantos queiram participar de forma voluntária e de boa vontade na edificação desta grandiosa obra. A união faz a força e é com a ajuda de todos que acreditam nos nossos valores e os defendem dia à dia que queremos construir um projecto que dignifique o município de todos nós ao qual o Clube pertence que é o Rangel.
Temos um projecto ambicioso e só conseguiremos leva-lo adiante com infra-estruturas capazes, razão que nos leva a envidar esforços paro o angariamento de patrocínios que nos capacitem financeiramente à edificação de uma sede e de balneários condignos para a prática do desporto, a fim de proporcionar melhores condições para a realização de vários eventos.
Este projecto ambicioso, englobará, no futuro, como preocupação, os problemas sociais, tendo como objectivo principal – “ a promoção de acção social direccionado principalmente à população do bairro, através da prossecução de fins de solidariedade social, nomeadamente no apoio à juventude”.


FIM

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